Valsa e vapor.



Ainda éramos os mesmos, nessa dança fingida. Nesse vai e vem de ondas. Um dia essa maré há de me afogar. Enquanto isso, mergulho em seus lençóis, sinto sua pele na minha e deixo tudo como está. O que foi, passou. E nós recebemos o presente de mãos abertas, sem pensar no que será do futuro. Fica aqui. Deixa pra lá. Não sei se amanhã ainda seremos os mesmos. Pouco importa. Traz café, põe aquela música e vamos brincar de sorrir. Por hoje. Porque quando você me abraça, o mundo passa a ser meu. Nosso, talvez. Gosto de dividir as coisas contigo. Então vem, traz alegria, traz luz, arrepios, cor e som. Traz você.

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Aí.




Ao fechar os olhos podia sentir sua mão pesada sobre meus cabelos, afagando-me as madeixas escuras, com um breve sorriso de canto, que me trazia calma. Você não estava aqui. Mas havia aquela certeza de que, em algum lugar, você estaria lá por mim. E isso me bastou. A certeza da existência de um porto seguro me fazia querer levantar todas as manhãs. Não que minha vida dependesse exclusivamente de você agora, mas eu gostava de pensar que sim. Se um dia você for embora, eu serei forte o suficiente para te esquecer. Mas não vai. Fica aqui. Não aqui. Fica aí. Em qualquer lugar... apenas esteja por mim.

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