Ser.
Eu queria ser. Como uma alma livre, nesse imensa e profunda lacuna. É
um vazio negro, tão escuro que não posso ver um palmo além de meu
nariz. Não tem como saber o que será. Não tem como dizer o que me
espera no segundo seguinte. Só me resta ser. Sem saída, sem
objetivos. Apenas ser. Deixando que o vento leve minha alma em
qualquer direção. Deixando que eu escale altas montanhas e caia em
profundos abismos. Já não sinto dor. Nem prazeres. Apenas esse
vazio negro. O que esperar? O que almejar? Só sei que existo, e
continuarei existindo até não mais saber de nada. E virarei nada.
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