Deixei
as venezianas abertas, desejando que um pouco de esperança
adentrasse por aquelas fendas. A caneca vazia jazia sobre a mesa.
Havia tomado até a última gota de desapego. Porém, ainda me sinto
atrelada a você. E o relógio. Bom, acho que tenho uma certa
obsessão por relógios. Ou por tempo. O ponteiro dos segundos
caminhava preguiçosamente, o dos minutos recusava-se a se mover. As
horas... Me recuso a falar das horas. O tempo me castigava o
suficiente. Encarei os retratos na parede, nossos sorrisos enfeitando
nossos rostos. Como se a felicidade pudesse durar pra sempre,
congelada em uma imagem. Melancolia. Não gosto de dias assim. Na
realidade, não gosto mais de nada. Desde que você se foi, perdi a
vontade de tudo. Me sinto cheia... Cheia de vazio. A apatia me
acompanhou durante esses dias. Resumi o mundo ao meu quarto. Vivendo
entre versos e fotografias, com uma única certeza; saudade. Essa
monotonia em que sua ausência me deixou é tão enfadonha. Onde está
meu antidepressivo? Preciso dormir.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Prabéns, seus textos são muitoo lindos, me emocionei muito lendo, da pra perceber que são escritos com o coração.
Prabéns, seus textos são muitoo lindos, me emocionei muito lendo, da pra perceber que são escritos com o coração.
Postar um comentário