Artigo Simplório

Como afirma minha irmã, Jessica Sombra, quem escreve não deseja recordar, e sim, olvidar. Contudo, no mar de lembranças no qual navego, por vezes, é possível avistar faróis, em meio a tanta obscuridade. E foi quando o Moacir Morran (@moacirmorran) proferindo um magistral comentário iluminou a minha tarde de quarta-feira, via e-mail. Em assim sendo, compartilho a aurora com meus prezados leitores:



A moça que me roubou a noite

Nas primeiras chuvas de janeiro, vi uma menina que tecia sonhos com uma sintaxe enxuta e palavras desnudas. Vi suas marcas de guerra e os mesmos fantasmas que lhe afligem, morando no meu sótão. Não há quem não mergulhe nas suas implicações e não acorde com uma puta ressaca, querendo vomitar no banheiro. Por vezes, se comporta ácida, ou melhor, “ácido nitroso”. Mas a sutileza e a suavidade de seus discursos ostentam uma maturidade que não se vê nos seus olhos. Quem é essa menina ou moça que se esgueira na onda inaudita da internet? Com textos miúdos, mas deveras hercúleos, capazes de levar à lona Muhammad Ali no primeiro round. Ao mesmo tempo em que arrebata!

Ela, sem ver nem pra quê, roubou-me a noite e, agora, sinto uma vontade lúbrica de me extasiar nas engrenagens de seus textos; esquecer-me por um instante e vislumbrar outro mundo possível.

O que virá do âmago dessa menina ou moça? Será algo tão surpreendente quanto a sua visão lúcida e madura? Aguardo ansioso, esperando que mais uma vez ela carregue minha noite!”

Moacir Morran

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