Just my rose...

"Foi o tempo que perdeste com
tua rosa que a fez tão importante..."

(Antoine de Saint-Exupéry)



Em meu jardim nasceu uma rosa, entre outras mil. Àquela foi a rosa mais bela que tive a oportunidade de conhecer em minha vida, o misto de delicadas pétalas rubras e o doce perfume que exalava dela, tornava-a ainda mais especial.
Por vários dias passei cuidando de minha rosa, cuidei para que o sol não a queimasse, e para que o vento não levasse suas pétalas, a mantive bem aguada em minha estufa protetora. As outras rosas de meu jardim começaram a secar e morrer, porém estava tão focada em minha rosa, que acabei esquecendo das demais.
Naquela manhã, percebi então que nada mais além de folhas muchas restava em meu jardim, eu realmente necessitava, justo naquela manhã, que todas as minhas flores me confortassem, porém eu não as tinha mais. Virei-me para a gloriosa rosa, cedendo algumas lágrimas, ela apenas olhou-me imponentemente e mostrou-me os seus espinhos, espinhos esses que nunca fui capaz de enxergar.
Chorei, foi inevitável. Talvez o choro não tenha sido nem causado pela ingratidão da rosa, talvez fosse apenas a dor que a ausência das outras flores me causou. Arrependimento, foi o que eu senti. Porém, serviu-me de aprendizagem, nunca mais devo esquecer o meu jardim por uma única rosa.

O texto é uma metáfora, claro. :)

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A dor que dói mais...

" Em alguma outra vida,
devemos ter feito algo de muito grave,
para sentirmos tanta saudade..."




Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, doem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.

Mas o que mais dói é a saudade. Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Doem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã. Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é basicamente não saber. Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio. Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia. Não saber se ela ainda usa aquela saia. Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada, se ele tem assistido as aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua preferindo Malzebier, se ela continua preferindo suco, se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados, se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor, se ele continua cantando tão bem, se ela continua detestando o MC Donald's, se ele continua amando, se ela continua a chorar até nas comédias. Saudade é não saber mesmo! Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer. É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso... É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer. Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...

(Martha Medeiros)

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Tears and Rain...


Muitas vezes criamos grandes expectativas sobre algumas pessoas. E após um tempo de convívio percebemos que estas pessoas são menores do que você imaginou um dia, tão pequenas a ponto de não conseguirem atingir o mínimo de suas expectativas sobre a mesma. Uma consequência clara disso é a decepção. Decepção é uma coisa tão comum em nosso dia a dia que pode ser ignorado. Nos decepcionamos com o mundo, com as pessoas, com tudo, porém ao nos decepcionarmos com as tais pessoas que pensamos ser grandes, o impacto é forte.
Tudo que eu mais queria agora, era poder ser um alguém totalmente desprovido de sentimentos, incapaz de amar e um ser não-pensante. Só assim eu não pensaria mais em você, não te amaria e não me importaria com o que você está sentindo, menos ainda com a sua falta de capacidade de atingir minhas expectativas.

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Neverland...

O texto a seguir, foi escrito por meu amigo Rogerio Galdino, com o qual eu aprendi várias coisas em um curto intervalo de tempo. Considerei suas palavras como uma verdadeira obra prima, então nada mais justo do que compartilhar com os meus caros leitores. Para finalizar, obrigada Rogerio, por tudo.




A Terra Do Nunca


Eu sempre vivi em busca da terra do nunca... Um lugar mágico e sem fim, onde as ideias brotam como lindas flores e os pensamentos são admirados, por mais sonhador que seja o pensante.
Eu sempre vivi em busca da terra do nunca... Mágico e admirado, um lugar perfeito. Sem preconceitos ou distinção. Onde apenas o nascer seria motivo para viver, onde o pensar seria sinônimo de agir. Onde até os mais incautos teriam opinião. As mentiras, desnecessárias em suma existência, seriam apenas más lembranças.
Eu tive que esquecer a terra do nunca... Lugar esse que comecei a esquecer, ele nunca bateu com a realidade. Apenas fruto de um delírio, ideias fúteis e egoístas de um lugar acima da realidade. A terra do nunca se quebrou, como um espelho contra o chão, mas não me trouxe azar, apenas ganhei tristeza. A minha sonhada terra perfeita foi esquecida, culpa da bebida alucinógena que é a vida real.
Eu esqueci a terra do nunca... Finalmente, cresci por obrigação, esqueci o meu sonho, irreal e tolo. Tornei-me um alguém maior. Um triste alguém maior. Pensei que não mais encontraria minha fantasiosa terra imaginaria, mas estava, mais uma vez, enganado. Sim! Eu não sabia que tudo que procurava (toda a terra do nunca) estava escondido em um olhar, um simples e simpático olhar.
Eu finalmente encontrei a terra do nunca! Eu a desenhei em seus olhos, tirando as cores do lindo sorriso que os acompanha. Percebi que era fácil inventar e ainda mais criar. Vi meus pensamentos tomarem formas e tudo ao meu redor fluir. Percebi que o perfeito não é impossível e que o mágico, por mais autêntico que seja, é simples e comum. Eu vi que a simplicidade presente naqueles olhos me servia como manto. Vi a aceitação brotar daquela fonte inesgotável.
Eu encarei a terra do nunca... Senti-a tomar conta de mim. Enxerguei seu mais puro existir, um existir tão simples e perfeito que a filosofia era imprestável para desvendá-lo. A terra do nunca foi me apresentada como uma visão. Uma magnífica e linda visão: SEUS OLHOS.
Porém, novamente fiquei sujeito a um ápice de duvidas. Como viver naqueles olhos? Como decorar aquele sorriso? Então, mais uma vez, me vi sem saída. Afinal, como algo tão perfeito e complexo poderia existir através de algo tão comum? E por que apenas nos seus olhos?
Eu entendi a terra do nunca... Eis que a resposta era muito simples. A minha terra do nunca era apenas uma pintura em mente e, como todo artista, estava apenas esperando a tela certa. Então, eu encontro algo em você para servir de tela, dois belos olhos. Sem definições, apenas perfeitos.
Eu perdi a terra do nunca... Mas a minha resposta era apenas vocês, você e mais ninguém. Porém o “você” é muito perfeito, e se não quiser ficar ao meu lado, eu tenho que entender. Apenas direi para o resto da minha vida: eu te amo.

Rogerio Galdino

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When i look at you... ♪


Algumas coisas se desgastam, começando com um simples exemplo como a sola dos sapatos ou até mesmo aquele velho jeans favorito. O tempo corrói, envelhece e enfraquece não apenas objetos, como também sentimentos. Lembro-me de quando a nossa amizade parecia intacta e eterna, mas hoje nem sei se ainda posso acreditar nisso.
Quer saber o que me deixa aflita? Essa sensação de ser trocada, o modo de como eu sou dependente de você, o quanto você sabe sobre minhas fraquezas e o tamanho absurdo do meu amor por ti.
Eu realmente não tenho a quem culpar além do tempo. E se você realmente acha egoísmo reconhecer um erro mais do que notável em nossa amizade, te proponho que reveja seus conceitos.



Everybody needs inspiration
Everybody needs a soul
A beautiful melody
When the night's so long
Cause there is no guarantee that this life is easy
When my world is falling apart
When there's no light to break up the dark
That's when I look at you
When the waves are flooding the shore and I
Can't find my way home anymore
That's when I look at you
[...]
When I look at you
I see forgiveness
I see the truth
You love me for who I am
Like the stars hold the moon
Right there where they belong and I know
I'm not alone.

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