Where will I meet my fate?
And when will I meet my end?



Sou dona de meu destino. Regendo cada um de meus passos, traço o caminho que me leva mais longe. Faço minhas escolhas e são elas que me impulsionam para frente ou para trás. Sou protótipo de divindade falha, imperfeita. Com ideias em mente, seio intrépido e astuto. Optei por viver em sonhos, temendo a realidade e bizarra normalidade. Em minha pequenez, posso reconhecer a grandeza de minha alma. Sei que em mim, há muito mais do que uma imagem; Eu tenho um desejo e um coração.

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Blackbird.

Take these broken wings and learn to fly... ♪



Hoje, eu queria ouvir apenas o silêncio. Queria deitar-me em minha cama e abraçar meu travesseiro, deixar que as lágrimas lavem a minha alma. A solidão se faz uma boa companhia, quando as únicas opções que se tem, não são boas o suficiente. Hoje, eu não queria ouvir tua voz, nem ver os seus cabelos desgrenhados ao vento. Eu apenas queria esquecer, por um só minuto, de sua existência. Eu não queria sonhar com você, nem deixá-lo invadir os meus planos. Hoje, eu queria parar de me iludir com suas palavras. Queria aniquilar cada fio de esperança que há em mim em relação a você. Queria também excluir cada memória sua e não fazer de ti um passado, mas sim algo inexistente em minha vida. Queria que o meu coração voltasse a ser meu. Nada disso é possível. Ainda assim, te agradeço por ter tirado os meus pés do chão, agora posso pegar minhas asas quebradas e aprender a voar.

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Unconditional love...

... Let me tell you something.



Eu sempre achei que o amor, que o grande amor, fosse incondicinal. Que quando duas pessoas se encontram, que quando esse grande encontro acontece, você pode trair, brochar, dar todas as porradas, se for um grande o amor, ele voltará triunfal. Sempre! Mas não, nenhum amor é incondicional.
Então acreditar na incondicionalidade do amor, é decididamente precipitar o fim do amor, porque você acha que esse amor aguenta tudo, então de um jeito ou de outro você acaba fazendo esse amor passar por tudo, e um amor não aguenta tudo, nada nesse vida é assim! E aí você fala que esse amor não tem fim, para que o fim então comece. Um grande amor não é possível,talvez por isso seja grande. Então, assim, nele, obrigatoriamente, pode caber também o impossível. Mas quem acredita? Quem acredita no impossível, que não apaixonadamente? Como a um deus, incondicionalmente.

Samba para Dom Casmurro
Manacá.

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Open up your eyes...

... Then you'll realize. Here I stand with my
Everlasting love! ♪




Abro a janela do meu quarto e deixo que o céu azul me faça companhia. A luz invade o ambiente, me preenchendo de alguma forma. Deixo o vento acariciar-me a tez, e ao cerrar o olhos, é como se você estivesse aqui. Como se a brisa trouxesse consigo o seu toque suave. Apenas te sinto aqui. Como se você nunca estivesse longe. Ao abrir os olhos, você não está mais. Às vezes, minha imaginação me prega peças.
O relógio na parede mostram horas iguais e eu digo para mim mesma: faça um pedido, garota. O meu pedido é sempre igual: Que você esteja lá, quando eu abrir os olhos novamente. O tempo congela, parece não querer passar. Eu cerro os olhos inúmeras vezes, mas você não vem. Onde está você? O vazio faz-se presente e fecho a janela. Mais uma vez a escuridão toma conta do âmbito. Se for voltar, bata na porta, pois a janela estará fechada.

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Sparkly angel, I couldn't see...

... Your dark intentions, your feelings for me!




No meio da escuridão, encontra-se tal criatura. Como uma besta ferida, escondendo todos os seus anseios, todos os seus medos, todas as suas angústias. Usufruindo de uma máscara pesada, a qual oculta seu verdadeiro eu. Um anjo decaído, rejeitado por um Deus infinitamente misericordioso.
Onde estão as tuas asas? Por que não consegues mais voar tão alto? Um grito escapa de sua garganta, tão silencioso quanto a escuridão que cerca a ele. Os seus olhos negros absorvem tudo de ruim, sem dar nada em troco. Posso ver neles, o que mais ninguém pode. Posso sentir ao fitar-los, o que mais ninguém sente: o seu sofrimento.
Você tem sede de quê? Deixe-me estender-te a mão, deixa-me calar a aflição gritante em sua mente. Cortaste minhas mãos com as rosas negras e espinhosas que me oferecestes. Por mais machucada que possam estar, elas ainda estarão estendidas diante de ti. Qual é a razão dessa tormenta em seus olhos?
Sua dor me dilacera, abraçando-me com suas garras maliciosas. Agora eu sei como você se sente. Queria apenas entender o motivo de eu querer ajudar-te tanto. Seria por puro egoísmo de encontrar minha felicidade na tua? Ou o fruto do arrependimento desse Deus sádico? Não sei. Apenas, permita-me.

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Just my imagination... ♪




Em meu mundo, o amor reina. Como um imperador celestial, onde o seu poder absoluto coordena cada passo dado. Em meu mundo, modelos de porcelana não valem tanto, as virtudes são os melhores quesitos para ter uma vida bem sucedida. Em meu mundo, números não são mais importantes do que palavras. Defeitos são esquecidos e erros são perdoados. Paixões, recíprocas ou não, são divinas. No meu mundo, nada acontece por acaso, tudo tem o propósito. O sofrimento é só um meio de aprendizagem, onde virá sempre para somar. O único medo que existe é de ver o outro infeliz. Não existem pessoas egoístas, nem prepotentes, nem melhores e nem piores. Existem apenas pessoas, guiadas pelo amor. O meu mundo é só um sonho, uma utopia que me impulsiona a querer fazer o mundo de vocês melhor.

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My fake plastic love... ♪



Eu sinto como se tudo isso fosse uma farsa. Eu analiso os seus pensamentos, os seus atos e os seus passos, mas tudo me faz ser cada vez mais descrente em suas palavras. Por que você não para de fingir? Toda essa atuação está me cansando. Me diga o que você realmente quer de mim, ou se você não quer mais. Apenas decida-se. Não me faça perder tempo nem palavras contigo, se for para me destruir, faça-o de uma vez. Eu estou farta de sua brincadeirinha de amor, você recortou o meu coração de plástico e agora você tenta curá-lo com palavras dissimuladas. Eu não quero mais beijos fictícios, abraços postiços nem sentimentos pretensos. Apenas quero que me diga a verdade, doa o que doer...

I deserve more, but I don't want it.
All I want is you. ♥

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As strong as you were, tender you go... ♪




Eu me perdi dentro de mim, numa imensidão de sentimentos e angústias eu já não podia me achar. Foi então que eu te encontrei, tão perdido e deslocado quanto eu. Encontrei os meus olhos em ti, retomei os meus sentidos. Agora você me faz ver as coisas como realmente são. Guia-me, não solta a minha mão, pois sem você eu nada vejo.
Que medo é esse? Será da escuridão? Não, não pode ser. Meus dedos tateiam o vácuo em busca de uma sombra de felicidade, a qual só encontro em você. Eu posso ouvir sua respiração de longe, aproximando-se, preenchendo-se e recobrando o meu sentido de vida. Abraça-me e toma conta de mim, não me deixe cair de novo, me ajude a levantar. Dá-me um pouco de sua força, e canta-me aquela canção silenciosa, deixando que eu durma em seus braços, segura do mundo que me aguarda lá fora.

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You've got the love... ♪




Eu nunca sonhei com príncipes encantados, nem com finais felizes. Nunca quis viver em um conto de fadas ou num filme da Disney. Talvez, eu nunca tenha esperado demais, ou tenha criado grandes expectativas. E eu me pergunto: por que eu ainda me decepciono? É como se a todo instante eu soubesse que você vai errar, é como se eu soubesse que você nunca vai mudar, que tudo será sempre o mesmo. Mas ainda há algum raio de esperança dentro de mim, não sei porque, afinal não costumo alimentá-la. E toda vez que eu te vejo, eu sorrio, mesmo que meu coração queira chorar, eu finjo, mesmo que eu queira te dizer tudo que eu sinto. Ouça, eu não quero te perder. Porque meu coração é igual ao seu, enrijecido pela vida. Talvez seja por isso que ele bate tão forte por ti.

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Romeu... ♪




Esqueci minha boca no teu corpo, pensei que isso te faria meu. Usei de artifícios, gastei meus truques, depois, quem escapou fui eu. Não pense que eu não desejei, não diga que eu não quis, é só que eu me assustei ao me ver tão feliz. Colei os meus olhos no teu mundo, guardei cada passo teu. Mas eu, Julieta, presa nesse pacto, você, o meu Romeu. Entenda esse lado bom, nem tudo é aflição. Ficamos com o sonho, ao invés da punição. Não pense que eu não desejei, não diga que eu não quis, é só que eu me apavorei ao me ver tão feliz.

Agridoce, Romeu.

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Trapos e alegorias.



Talvez espante ao leitor a franqueza com que lhe exponho e realço a minha mediocridade; advirta que a franqueza é a primeira virtude de um defunto. Na vida, o olhar da opinião, o contraste dos interesses, a luta das cobiças obrigam a gente a calar os trapos velhos, a disfarçar os rasgões e os remendos, a não estender ao mundo as revelações que faz à consciência; e o melhor da obrigação é quando, a força de embaçar os outros, embaça-se um homem a si mesmo, porque em tal caso poupa-se o vexame, que é uma sensação penosa e a hipocrisia, que é um vício hediondo. Mas, na morte, que diferença! que desabafo! que liberdade! Como a gente pode sacudir fora a capa, deitar ao fosso as lentejoulas, despregar-se, despintar-se, desafeitar-se, confessar lisamente o que foi e o que deixou de ser! Porque, em suma, já não há vizinhos, nem amigos, nem inimigos, nem conhecidos, nem estranhos; não há platéia. O olhar da opinião, esse olhar agudo e judicial, perde a virtude, logo que pisamos o território da morte; não digo que ele se não estenda para cá, e nos não examine e julgue; mas a nós é que não se nos dá do exame nem do julgamento. Senhores vivos, não há nada tão incomensurável como o desdém dos finados.

Memórias póstumas de Brás Cubas
Machado de Assis

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Wash away my pain...

Take me I'm yours
Because dreams are made of this...




Algo aqui dentro está vazio, e é como se só você fosse capaz de preenchê-lo. Só você tem a cura de minhas feridas, só você sabe decifrar os labirintos do meu coração. E por mais distante que possa estar, eu sinto você ao meu lado. Ainda que não esteja aqui para me abraçar, ou para me dizer que está tudo bem, eu consigo mantê-lo por perto. A sua imagem não sai de minha mente um só instante, suas palavras ecoam e meus ouvidos e meu coração bate mais rápido só de pensar em você. Algo tapa a minha garganta e as minhas palavras para você saem distorcidas, tudo que eu queria dizer é que te amo. Eu queria gritar e expressar todo o sentimento que sinto por você. Sua frieza contrapõe algumas de suas palavras, isso me corrompe e me mata. Agora, eu não tenho mais ninguém para me apoiar quando você partir novamente, nem ninguém me oferecendo um ombro para chorar. Agora, somos só nós dois, então por favor, não me decepcione de novo.

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In my heart separate from the rest.... ♪

"Não importa o quanto você se importe,
algumas pessoas simplesmente não se importam.
"






“Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” - Já dizia Lavoisier. Eis o que aconteceu conosco. O seu amor se transformou, e agora você simplesmente pertence à outra pessoa. É como se todo o afeto que você sentia por mim, fosse revertido em uma completa relação superficial por ela. O que me resta agora, são só lembranças dos planos que costumávamos fazer. A única coisa que posso fazer agora é ouvir aquela música que combinamos de ouvirmos juntos e pensar que isso nunca mais vai acontecer. Eu não consigo simplesmente cultivar uma amizade com você e fingir que não me importo, eu não tenho a mesma força que você tem de sustentar uma máscara, por mais leve que ela possa ser. Porém, aprendi que a vida é assim: você tem de amar mil vezes, perdoar dez mil vezes e esquecer um milhão. Quem sabe, um dia o coração aprenda a detectar verdades.

Drink up one more time and i'll make you mine
Keep you apart deep in my heart separate from the rest
Where i like you the best. ♪

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Seminário Literário 2010.

Bom, novamente O Melhor Conto do Seminário Literário. Então, sem delongas, aqui vai o conto para quem deseja ler:

Olhos de Lince

Desperto, abro os olhos, já não vejo metade das coisas que aqui havia, no passado. Chego de uma longa viagem. Não só longa pela estrada distante, mas longa, também, pelos anos que nos separam. Lembro-me, como se fosse ontem, da minha velha infância vivenciada aqui, nesta casa onde espaço para brincar, correr e se acomodar é o que não faltava e, de fato, não falta. Os aconchegantes leitos eram ocupados por crianças que, assim como eu, não tinham o amparo da família e ali estavam a aguardar o aparecimento de almas caridosas que quisessem nos levar, nos cuidar e chamar-nos de filhos. Tratava-se de um orfanato. Quando mais jovem, por circunstâncias as quais desejaria esquecer, fui obrigada a abandonar o local.
Chamo-me Leah Steinberg, filha de David e Rebeka Steinberg, mortos por soldados nazistas quando eu ainda estava aprendendo os rudimentos do yiddish, o dialeto pelo qual muitos judeus com origens no leste da Europa se comunicam até hoje.
São apenas flashes que povoam as minhas memórias. Imagens de quando mame ensinava-me a acender as velas de Shabat e a como recitar as preces. Mas uma coisa continua bastante viva ao ponto de poder senti-la a cada vez que a saudade de minha família parece dilacerar-me: o cheiro especial da chalah, o pão trançado que minha mãe preparava a cada final de semana.
Após a morte de meus pais, disseram que fui acometida de alguma psicose. É certo que até hoje não consigo dizer como cheguei ao orfanato da família Blumenthal.
Jacob e Esther Blumenthal foram, depois de meus amados pais de bendita memória, as pessoas que mais me ajudaram na aventura de reconstruir o que fui, a fim de traçar as minhas próprias resoluções de vida.
Os donos do orfanato, assim que cheguei, souberam desde logo, a minha origem judaica. Não foi difícil me acostumar àquilo que Jacob e Esther nos ensinavam, nem à vida em Heidelberg, mesmo tendo nascido em Berlim. Em verdade, vagamente me recordo que ainda tive a chance de passar um tempo em Heidelberg na companhia de meus pais, antes que eles fossem deportados para um campo de concentração na França.
Aos poucos, fui tomando consciência do novo modo de vida que tomava forma: o de comunidade e solidariedade entre todos aqueles que faziam o Orfanato Blumenthal.
As lembranças até então engavetadas passaram a desabrochar como rosas em plena primavera, graças ao ambiente amoroso em que me encontrava.
O Orfanato Blumenthal era habitado não apenas por judeus, o que, por si só, gerava uma situação de tolerância religiosa inimaginável em plena II Guerra Mundial. Para que não fôssemos pegos de surpresa, todas as crianças judias recebiam uma educação religiosa paralela, ditada pelos costumes católicos. As orações cristãs eram até mais recitadas por nós que as propriamente judaicas. Era uma questão de sobrevivência.
Algo que também nos era ensinado era criar uma linhagem fictícia na qual não constasse nenhuma referência a nomes judaicos nem sobrenomes que tivessem sido adotados por judeus nos vários países assolados pela tirania de Hitler. Igualmente nos era comum o tratamento por nomes tipicamente alemães como Theodor, Franz e Greta. Era apenas outra forma de garantir mais um nascer do sol.
Como acontece com todas as crianças, recebi um apelido que me fazia sentir ofendida até o dia em que descobri do que realmente se tratava. Diziam-me “olhos de lince”. Foi preciso que Avigdor Wurman, judeu de origem polonesa, me explicasse que os linces tinham uma visão muito apurada, eram animais ágeis, fortes, sagazes, além de terem olhos de tom esverdeado como os meus. Pensando bem, talvez essa alcunha realmente se encaixasse comigo.
Avigdor passou a ser o meu melhor amigo. Tínhamos muito em comum. Ele era ruivo e estava começando a ter barba, tinha 16 anos e sempre que podia, estudava o Talmud e a Torah e os ensinava aos menores com bastante autoridade. Tinha um porte elegante e gostava de usar suspensórios. Nunca fui alguém de sonhar, mas é certo que Avigdor, facilmente, se transformou no homem dos meus sonhos. Brincávamos com uma famosa frase de Beethoven, a qual escrevíamos em locais ocultos para que o outro a encontrasse. Tal frase resumia a nossa relação de cumplicidade.
Os meses passavam com uma efemeridade atípica. Comecei a ficar preocupada com o que me aconteceria se atingisse a maioridade e jamais fosse adotada por uma família. Teria de deixar o Orfanato Blumenthal para enfrentar, de peito aberto, os escombros de uma Alemanha assombrada pelas abomináveis matanças da II Guerra Mundial.
Já contava com 15 anos quando Esther acordou-me com um beijo recheado de despedida. Não imaginei que seria a última vez que aquela cândida mulher tocaria-me a tez. Fios de lágrimas ousaram cair em seu rosto bondoso.
- São eles, querida! - Esther proferiu, tomando-me em seus braços calorosos. - Corra o máximo que puder, vá embora!
O tempo dado a mim para compreender do que se tratava foi curto. Logo as vozes masculinas invadiram o âmbito juntamente ao ensurdecedor barulho de pólvora. Tínhamos conhecimento da teia política que envolvia todos os países do continente europeu. Pude saber, de cara, que eram soldados nazistas que, embora com a queda de seu Führer, tinham escapado e continuavam a perseguir judeus. Não me surpreendera, por mais árduo que fosse para mim. Sempre tive em minha mente tal possibilidade.
Os passos daqueles algozes tamborilavam em minha mente prenunciando um inevitável fuzilamento.
Os ensinamentos que recebi durante o tempo em que passei no Orfanato Blumenthal associados ao meu instinto de sobrevivência foram a minha bússola na corrida desabalada empreendida pelos bosques de Heidelberg. O rumo que tomei foi o do rio Neckar. Era como se ouvisse Jacob nos dizendo: “lembrem-se dos amigos barqueiros do rio Neckar. São nossos irmãos”.
Foi a primeira vez em que me senti morta, mesmo respirando. Tornara-me a criatura mais egoísta do mundo. Como pude deixá-los lá? Jacob... Esther... Avigdor... A dor de perdê-los igualou-se ao patamar do sofrimento que enfrentei sem minha família biológica.
Era impossível ter noção das horas e dos dias padecendo de um remorso excruciante. Alimentava-me de ervas que apareciam pelo caminho. Mesmo sem espelho, presumi que estivesse adquirindo uma aparência repugnante, bem a calhar com os meus conflitos internos.
Estava bem próxima à margem do Neckar. Contudo, antes de “aparecer”, mais uma vez, lembrei-me de Jacob: “observem a forma de caminhar das pessoas. Soldados estão acostumados a dar passos firmes, desnecessariamente estrondosos e parecem estar sempre esperando um ataque. Em não havendo pessoas assim, vocês poderão buscar a ajuda de que necessitam”.
Era chegada a hora. Todos que estavam à margem do rio ocupavam-se com seus afazeres e não aparentavam qualquer preocupação. Caminhavam normalmente e alguns até arriscavam contar anedotas.
Agora, devia lembrar-me do nome de quem pediria auxílio, enquanto tentava retirar os musgos que insistiam em incorporar a minha indumentária. Adentrei o pequeno e velho trapiche, apinhado de homens transportando pesadas sacas de conteúdo indeterminado. O som de suas vozes misturava-se, fazendo com que nada fosse de fato entendido, porém um nome destacou-se por esse imenso barulho.
- Ferdinand! - Arrazoou um dos marinheiros para um velho corpulento de barba branca.
Logo me veio à lembrança deste americano, amigo e camarada de Jacob, que sempre que podia, realizava doações para o orfanato. Encontrei ali uma pessoa de confiança, e restou-me um filete de expectativas.
Contei a Ferdinand o que me ocorrera. O mesmo reagiu de forma desacreditada. Pude jurar que vi uma lágrima escorrer através de seu rosto másculo. Ele logo me apresentou uma solução. Aquele navio cargueiro, o qual lhe pertencia, tomaria rumo à Antuérpia, e continuando a rota, seguiria para a América. Não demorei muito a pensar. Desorientada e sem uma exata direção, concordei com ele para a fuga do perigo.
Os dias em alto mar pareciam mais longos e a condição precária do leito que me foi imposto deixava-me, frequentemente, nauseada. Não que fosse acostumada com luxo, porém, higiene era algo no mínimo fundamental. O vai e vem das ondas fez-me ressoar o meu triste e incontestável estado.
Ao sairmos de Antuérpia, foram necessários vinte longos dias para que pudéssemos finalmente ver terra. Todos ali reencontravam seus parentes. Beijos e sorrisos eram distribuídos por entre abraços calorosos. Fui atingida por uma onda de saudades, de um momento que nunca pude vivenciar. Senti falta de um aperto e alguém me esperando. É como se estivesse abandonada.
Enquanto Ferdinand dispensava a tripulação, também me observava de longe. Chamou-me para uma conversa, perguntando para onde pretendia seguir. Atormentada, sem conhecimento do local, acabei por não responder. Foi então que fez-me a irrecusável proposta de ser mais um membro de sua família. Então segui com ele para sua residência em Manhattan.
O triplex dos Collins localizava-se em uma cobertura na Park Avenue. Apesar de refinado, o ambiente me era aconchegante, assim como as pessoas que ali residiam, com exceção do jovem Peter, que me pareceu relutante fronte à ideia de compartilhar comigo a atenção de seus pais. Por gratidão, me ofereci para ajudar na organização da casa juntamente aos outros empregados. Meu pedido foi negado e minha nova família pôs me na condição de filha. Logo um quarto me foi cedido, com decoração que mesclava tons de rosa e branco. Ganhei várias roupas e meu guarda-roupa lotou de vestimentas requintadas. A minha nova vida parecia um sonho, bem à frente do meu áspero passado.
À medida que convivia ali, ganhava confiança de todos, menos do garoto. A repulsa de Peter por mim estava claramente expressa em seus atos, porém, havia algo nele que, involuntariamente, despertava o meu amor, amor este que ultrapassava as barreiras fraternas. Certo dia, cansada de ser ignorada, resolvi perguntar-lhe o que se passava em sua cabeça sobre minha pessoa e sem delongas ele respondeu:
Às vezes, odiar é mais fácil que amar. Quando odiamos não temos a falsa sensação de que teremos aquilo que nunca conseguiremos tocar.
Desde então, soube que a reciprocidade reinava em nossos sentimentos e não apenas eu o amava. Os dias se passaram e já não nos separávamos mais. A inocência prevalecia até então, quando nos desatinamos em um beijo. O seu toque causou-me uma sensação nunca vivenciada. Meus lábios foram envolvidos de tal forma, que foi quase impossível resistir ao momento. Quando dei por mim, o beijo já findara. A minha respiração, assim como meus batimentos cardíacos ficaram descompassados. E eu, que pensei nunca poder amar outro além de Avigdor, a quem jurei um eterno amor, estava abertamente apaixonada.
A proximidade entre nós fez com que nossos pais percebessem algo de diferente na nossa relação. De início, ficaram felizes, pois acreditaram que estávamos finalmente nos entendendo, porém, mais que isso, estávamos nos amando. Com esse último fato eles não concordavam, então evitávamos contatos mais íntimos perante eles.
As férias de verão chegaram ao fim. Peter foi obrigado a voltar à Yale, onde cursava o sexto ano de medicina e eu voltei ao meu último ano do High School. O período de aulas era o martírio. Nos encontrávamos vez ou outra em finais de semana. Dois dias pareciam curtos demais para saciar a minha sede por seus lábios e cada despedida me era dolorosa, como se fosse à última vez. A ideia de que ambos iríamos pertencer-nos daqui a seis meses, me felicitava, depois de tanto tempo, enfim, nos uniríamos para sempre.
Alguns anos após, resolvemos oficializar nossa relação e, literalmente, ultrapassarmos a barreira da irmandade. Nossos pais em nada poderiam mais nos impedir, e aos poucos foram se contentando com este fato. Depois que o Benjamin nasceu, então, os avós não queixaram-se mais. Se apegaram de tal forma àquela pequena criatura angelical que, sem esforço, conquistava até mesmo os corações dos mais rígidos. Cabelos loiros herdados de minha parte, formando um perfeito conjunto com os grandes olhos anilados e reluzentes herdados do pai.
Nossa vida tomaria um outro rumo, de acordo com nossos planos. Quando Benjamin já estava um pouco mais crescido, aos seis anos de idade, foi constatado que o pequeno padecia de esquizofrenia aguda. Primeiramente, acreditávamos ser apenas uma brincadeira infantil de amigos imaginários, entretanto, tal brincadeira tomou maiores proporções de modo que o garoto não desejasse mais frequentar à escola e nem divertir-se com os amigos.
Benjamin, a meu ver, tornara-se uma criança depressiva. Com frequência, flagrei-o chorando. O garoto alegava que tinha medo “deles”, mas que não sabia dizer quem eram eles. Em busca do tratamento, Peter, juntamente a outros psiquiatras concluíram que o diário e inevitável contato com outras crianças o ajudaria, reintegrando-o à sociedade. A escola seria a primeira opção. Contudo, Benjamin dizia que havia muito deles lá. A segunda opção seria dar-lhe um irmão, mas isso requeria tempo e tudo que eu desejava naquele momento era a cura do meu filho.
Imersa em pensamentos, veio-me a ideia de adotar um pupilo. Surgira no meu interior o imenso desejo, quase inexplicável, de voltar às minhas origens. Era como se lá estivesse a melhora de Benjamin. Peter e eu, antes mesmo do aparecimento da enfermidade de nosso filho, desejávamos criar uma organização filantrópica, em prol de crianças necessitadas, assim como eu fui um dia. A iniciativa em recriar o antigo orfanato Blumenthal foi de Peter. Meu marido, por certo, é um homem bastante benevolente. Largar suas abastadas raízes para reconstruir outras, não seria tarefa fácil.
Em pouco menos de dois meses, atravessamos o Atlântico carregando em nossas bolsas um turbilhão de projetos para o nosso futuro próximo.
Desperto, abro os olhos, já não vejo metade das coisas que aqui havia, no passado. Chego de uma longa viagem. Não só longa pela estrada distante, mas longa, também, pelos anos que nos separam.
O velho lustre da sala já não existe mais. Alguns nativos disseram-me que fora leiloado há alguns anos. Na lareira, por entre as cinzas de uma Torah, jazem os restos de uma chanukiah carbonizada.
Benjamin, assim que pôs os pés naquelas ruínas, foi surpreendido por uma dor de cabeça forte ao ponto de levá-lo ao estado de confusão mental. Peter já não sabia o que fazer, era mais expectador. Devia ser duro para um médico psiquiatra presenciar os transtornos mentais de um ente querido. Não eram raras às vezes em que o próprio Peter encontrava-se com as mãos atadas pelo misto das obrigações éticas e a lástima de ver seu filho sucumbindo à esquizofrenia.
Não fosse um único e incrível fato, a crise de Benjamin constaria do rol daquelas com as quais já estávamos habituados. Meu filho começou a falar palavras em alemão quando jamais me ouvira falar minha língua natal. Eram pedidos de socorro, palavras de desespero. Peter, desta vez, estava totalmente assombrado.
A voz de Benjamin variava de timbre, dos mais agudos aos graves. Como se estivesse encenando uma peça de teatro com personagens inúmeros. Enquanto meu filho contorcia-se, ocorreu-me a ideia de recitar uma prece hebraica que tinha aprendido quando criança: “Ana B'koach”. Foi quando o adverti:
- Benjamin, meu filho, tente prestar atenção nas palavras que a mamãe vai dizer e pense em Deus. “Nós te rogamos; com o poder de Tua Mão Direita, desmancha a atadura. Aceita o Canto da Tua Nação, exalta-nos e purifica-nos, ó Temido. Por favor, ó Poderoso, protege-os, como a pupila do olho aqueles que exijam a Tua Unificação. Abençoa-os, purifica-os, concede-lhes sempre Tua Justiça misericordiosa. Ó Santo, ó Protetor, com a abundancia da Tua Bondade, governa Tua congregação. Ó Único, ó Exaltado, verte-Te ao Teu povo e àqueles que se lembram de Tua Santidade. Aceita os nossos clamores, e ouve os nossos gritos, ó Tu, que sabes todos os mistérios. Bendito seja o Nome daquele cujo glorioso Reino é eterno”.
A prece foi como um bálsamo para o espírito do meu filho. Benjamin desmaiou nos braços do pai e foi voltando aos poucos.
Fizemos muitas perguntas, inclusive, se alguma vez tinha ouvido algum amigo da escola ou eu mesma lhe ensinando algo de alemão. Peter, como a maioria dos médicos, era inclinado ao ceticismo, mas não podia furtar-se de ficar perplexo diante dos acontecimentos presenciados naquele dia.
As perguntas de Peter começaram a deixar a criança impaciente, tanto quanto a mim. Assim, tive a intuição de indagar ao meu marido:
- Peter, será que você não vê que nosso filho é refém de uma enfermidade da alma? As doenças do espírito são as doenças do corpo! Aquelas vozes... Só agora reconheci... Eram as vozes dos meus irmãos do Orfanato Blumenthal e todo o alvoroço da invasão dos soldados nazistas. Não sei como chamar esse tipo de fenômeno nem sequer classificá-lo, mas nosso filho está sob a influência de todos aqueles que foram executados neste local.
Ao que Peter respondeu:
- Não diga tolices, Leah! O que nosso filho tem é esquizofrenia, por mais doloroso que isso nos possa parecer. Espíritos não voltam para assombrar os vivos, se é que ao menos existem!
As palavras de Peter deslizavam como lâminas em meu coração. Agora entendia como era difícil casar-se com alguém que não tenha a mesma crença que você ou pior, que seja cético ou ateu.
- Não trata-se de ver para crer, Peter. E sim, de crer para ver. - A resposta me ocorreu rapidamente, como se alguém soprasse em meu ouvido cada palavra.
Por alguns dias, Peter permaneceu pensativo, enquanto devorava livros em busca de uma doença onde os fenômenos apresentados por Benjamin, se encaixassem. Quanto à criança, encontrava-se em estado de choque; mais quieto do que costumava ser, silencioso e poucas vezes dormia bem. Seu pai receitara um antipsicótico, que certamente não funcionara bem no caso do garoto.
Por diversas vezes, tentei conversar com Benjamin a fim de entender o que se passava por seus pensamentos. Certa vez, veio a mim todo eufórico, chamando-me:
- Mamãe, vem cá! Vem logo! - Disse. Segui o som de sua voz, com passos céleres. O garoto estava no jardim, fitando com idolatria o caule de uma macieira. Àquela, tratava-se de minha árvore favorita. Aproximei-me na intenção de checar o que tanto admirava. Uma caligrafia fina revelava as seguintes palavras: “Meine unsterbliche Liebe, immer dein, ewig mein, ewig uns.”* O choque foi imediato, como aquilo seria possível? A frase que utilizava quando criança em minhas brincadeiras com Avigdor. Senti algo tapar a minha garganta e com um soluço, me derramei em lágrimas. Aquilo não poderia ser de outra época, afinal os riscos ainda eram verdes e úmidos de seivas.


Nota: * Frase de Beethoven, que significa: “Meu querido amor imortal, sempre teu, sempre minha, sempre nosso”.

Por que choras, mamãe? O meu amigo ruivo disse que ficaria feliz ao ver o que eu escrevi, mandado por ele.
Tive a certeza de que a enfermidade do meu filho não era de ordem psicológica, e sim espiritual. Como dizer a Peter? Como o fazer acreditar? Ao certo não sei.
Tentei que Peter realizasse a pausa do tratamento de Benjamin através de drogas, que pareciam, a meu ver, apenas aumentarem os fenômenos sobrenaturais para com o garoto. Peter, como médico, argumentou que a retirada dos antipsicóticos só pioraria seu estado. Qualquer coisa que eu lhe dissesse sobre o ocorrido, de nada serviria para derrubar as suas teses científicas.
Naquele vinte e oito de Maio, meu trigésimo aniversário, percebi que o tempo mudara bruscamente. Os bosques estavam encobertos por densas camadas de brumas. Tive o deleite de ao despertar, deparar-me com um punhado de flores de maio azuis que exalavam um doce e agradável perfume, ao qual reconheci ser do jardim. Juntamente as flores, encontrava-se um objeto reluzente e prateado. Ao abri-lo, senti meu coração saltar e o temor rastejou em minha direção. Lembro-me bem de ter sido da mesma forma presenteada em meu aniversário de treze anos. Avigdor, com a ameaça de uma iminente adoção, deu-me àquele relicário, que herdara de seus pais biológicos, para que mesmo distante, eu pudesse lembrar dele.
Os gritos de Peter por meu nome, fizeram-me saltar da cama e descer às pressas os grandes lances de escada. A cena era desesperadora: meu marido ajoelhando-se ao chão, enquanto tentava conter os impulsos convulsos de Benjamin, em seus fortes braços.
Fiquei estática perante o último degrau. Por um minuto, a convulsão cessara e o garoto dirigiu-me um olhar maligno, que exalava o mais puro ódio.
- E eu que pensei que seria para sempre. Em verdade, o para sempre, sempre acaba. - A voz era autoritária, quase imponente e não pertencia a Benjamin.
O corpo do menino parecia relutar entre duas forças. Ora uma que me parecia ser o verdadeiro Benjamin, tomava conta do corpo, ora uma força estranha o possuía. Derrepente ouvi-lo me chamando:
- Mamãe, não me deixe ir. - A voz era infantil, em uma profunda lamúria e desespero. Não havia nada que eu, de fato, pudesse fazer. Minhas pernas cederam, caindo também de joelhos. Lágrimas ofuscaram os meus instintos, talvez tenha esquecido até de respirar. Peter abraçava o garoto. Em seu rosto era marcado por uma expressão de dor.
- Não te recordas meu querido amor imortal? Sempre teu, sempre minha, sempre nosso! A nossa mais recitada frase! - O seu tom era grave e de certo modo ferino. Reconheci facilmente, cabia à Avigdor.
- Papai... - A palavra foi seguida de um suspiro demorado. Seu pequeno corpo sucumbiu aos braços de Peter. Não aguentei e deixei que um alto grito escapasse de minha garganta. Sem acreditar no que parecia ter ocorrido, Peter sacudiu o corpo do garoto, tentando acordá-lo, mas de nada adiantou.
No mesmo instante, através da claraboia existente no teto da sala, pude ver o tempo abrir-se. A luz solar decaiu sobre Benjamin, quase como um holofote cintilante. Era um fenômeno estranho, a chuva lá fora começava a cair. Os céus, assim como eu, choravam. Porém, os céus choravam por nós, que sofríamos pela perda do nosso garoto, e não propriamente por sua morte, pois apenas a matéria de Benjamin foi a óbito. O essencial, a alma, continua a viver, em meio à luz.
É certo que como mãe, não seria fácil aceitar a partida de meu filho mesmo sabendo que seu espírito permanece em paz. Peter teve um pouco mais de compreensão, acreditando que Benjamin fora um anjo que veio à Terra para nos ensinar sobre a vida e também confirmar a existência de um ser supremo.
Hoje, o orfanato encontra-se reconstituído. Em homenagem ao nosso anjinho, recebeu um novo nome: Benjamin. Convivemos com várias crianças, cuidamos delas como filhas, contudo, o vazio que meu filho deixou não me parece preenchível. Por mais que tenha partido, ainda posso senti-lo por entre as flores azuis em nossos jardins e posso ouvir o seu riso infantil juntamente à brisa de verão, mas ver, só é possível com olhos de lince. É preciso crer, ser forte e principalmente ter uma visão muito apurada, frente à realidade para denotar o que muitos não enxergam.


Leah Steinberg

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Lies, games and love.




As suas palavras são doces como venenos. Devo tomá-las e morrer em seus braços? Ou simplesmente jogá-las ao vento? O seu amor é uma mentira, uma anedota, a qual minha vaidade almeja. Essa sua indecisão me mata, me corrói. Eu preciso de algo concreto, não posso mais viver flutuando no meio desse oceano infinito.
O que você quer de mim? Por favor, responda. Você quer minhas lágrimas, o meu coração, a minha respiração, a minha vida? Já te pertence. A única coisa que te peço agora é: Não faça de mim mais um de seus jogos de amor.

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Receita de Felicidade.

Don't give up
Because you want to be heard
If silence keeps you, I
I will break it for you.. ♪





Às vezes, me perco em meus devaneios e sonhos. É tão mais divertido, ter um mundo para chamar de meu, onde tudo caminha tão perfeitamente bem. Aprendi que para a grande poção da felicidade, os ingredientes devem serem colhidos em momentos simples, onde a base de tudo é uma pitada de positividade, 10 ml de perdão, 300 gramas de fé, uma colher de amor, uma grande dose de amnésia e amigos à gosto. Ponha todos os ingredientes no Caldeirão da Vida e mexa com a colher do tempo. Talvez demore para que fique pronto, porém nunca desista, a colher do tempo fará com que a receita tenha bons resultados. Espere até que a mistura fique pronta e desfrute de uma ótima refeição de Sucesso recheado de Alegria.

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"Eu acredito que tudo acontece por uma razão. As pessoas mudam
para que aprendas a deixar-las, as coisas correm mal para que possas
aprecia-las quando estão bem, acreditas em mentiras para que aprendas
que não podes confiar em ninguém exceto em ti próprio e, às vezes,
as coisas boas desaparecem para que coisas melhores venham. "
(Marilyn Monroe)



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Índios.

"O futuro não é mais como era antigamente."





Ontem fui atingida por uma profunda nostalgia, que misturou-se com a tristeza. Lembrei-me da minha canção de ninar favorita e o quanto eu ficava imaginando pássaros azuis. Naquela época, eu sonhei que depois dos 15 anos, minha vida seria perfeita. Me imaginava exatamente como os contos de fada, onde eu seria uma bela princesa, possuidora do coração de um inteligente príncipe encantado, metaforicamente, claro. E ao ouvir e interpretar a música Índios, de Legião Urbana, observei a seguinte frase: “O futuro não é mais como era antigamente.” cheguei a conclusão de que nada do que sonhamos hoje, acontecerá da forma como pretendemos. Isso me deixa aflita, passei a temer o futuro. E se tudo for um fiasco como o presente? E se eu não me realizar profissionalmente? E se eu me casar por medo da solidão? E se eu for infeliz...? Eu não sei.

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Looks like it's broken...

"Did I disappoint you or let you down?
Should I be feeling guilty or let the judges frown?
[...]
Goodbye my lover. Goodbye my friend.
You have been the one for me."





Ser amigo, é dar tudo de si, sem esperar necessariamente uma troca equivalente. Porém creio que nos últimos anos o conceito de amizade pareceu ser alterado para algumas pessoas. Os indivíduos, atualmente, são amigos por medo da solidão, ou simplesmente por achar que a outra pessoa será capaz de lhe proporcionar favor futuro, outros encaram a amizade como um empréstimo, onde caso você receba algum apoio você será futuramente cobrado. Existe também o tipo de amizade, onde o indivíduo se aproxima no outro, apenas para garantir que seu ego alimentado. Infelizmente, o mundo perde a cada dia os laços fraternos construídos entre amigos e forjam laços de puro interesse. Salvam-se raras exceções, claro, muito raras.

"Não importa quão boa seja uma pessoa,
ela vai feri-lo de vez em quando e você
precisa perdoá-la por isso."

(William Shakespeare)

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Masquerade... ♪

"Masquerade!
Every face a different shade...
Masquerade!
Hide your face, so the world will never find you!"




Muitas vezes, precisamos nos esconder por trás de máscaras acetinadas, afim de incluir-nos ao glorioso baile, o qual nomeamos de Sociedade. Por trás de belas máscaras, ocultamos nosso caráter, nossos gostos, os nossos sabores favoritos e principalmente nossos sentimentos. E depois de bailar ao redor do salão por um longo tempo, ao som a sinistra melodia da vida, nos sentimos cansados e a máscara, começa a cair, graças a forte agitação da dança. A medida que sua face vai sendo revelada, os rumores ao seu redor parecem crescer, as pessoas surpreendem com a mudança. Os amigos que souberam reconhecer a sua verdadeira identidade à partir do momento que que olharam em seus olhos, através da pequena fenda da máscara, são verdadeiros. E os verdadeiros amigos, consideram a sua verdadeira face mais bela e esplêndida do que o chamativo disfarce.

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Independência.

"Às vezes me sinto um castigo, uma praga, sua maldição.
Às vezes me sinto um abrigo, uma graça, sua salvação..."




Meu maior desejo é ser independente, não digo financeiramente, isso realmente não é tão importante, digo emocionalmente. Queria não me importar com o que as pessoas vão achar de meu cabelo, ou de minha roupa... Queria não passar horas ensaiando um discurso para justificar o meu excesso de peso... Queria que minha opinião fosse a única que contasse pra mim... Queria não amar tanto assim....
Eu me sinto impotente, ao saber que eu sou totalmente dependente dos pensamentos e opiniões alheias, que vivo para os outros, que vivo principalmente para você.
Eu tentei me fechar para o mundo, só para tentar provar para mim mesma que a única pessoa que estaria sempre ao meu lado seria eu. Tentei ser apática, tentei não me importar, e até consegui mentir para mim por algum tempo, mas não havia como negar que cada respiração que eu dou é para você. A cada dia em que eu acordo, é a sua existência que ainda me dá forças para continuar, eu não sou autosuficiente, tenho de admitir que você é minha maior fonte de energia e esperanças.

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Just my rose...

"Foi o tempo que perdeste com
tua rosa que a fez tão importante..."

(Antoine de Saint-Exupéry)



Em meu jardim nasceu uma rosa, entre outras mil. Àquela foi a rosa mais bela que tive a oportunidade de conhecer em minha vida, o misto de delicadas pétalas rubras e o doce perfume que exalava dela, tornava-a ainda mais especial.
Por vários dias passei cuidando de minha rosa, cuidei para que o sol não a queimasse, e para que o vento não levasse suas pétalas, a mantive bem aguada em minha estufa protetora. As outras rosas de meu jardim começaram a secar e morrer, porém estava tão focada em minha rosa, que acabei esquecendo das demais.
Naquela manhã, percebi então que nada mais além de folhas muchas restava em meu jardim, eu realmente necessitava, justo naquela manhã, que todas as minhas flores me confortassem, porém eu não as tinha mais. Virei-me para a gloriosa rosa, cedendo algumas lágrimas, ela apenas olhou-me imponentemente e mostrou-me os seus espinhos, espinhos esses que nunca fui capaz de enxergar.
Chorei, foi inevitável. Talvez o choro não tenha sido nem causado pela ingratidão da rosa, talvez fosse apenas a dor que a ausência das outras flores me causou. Arrependimento, foi o que eu senti. Porém, serviu-me de aprendizagem, nunca mais devo esquecer o meu jardim por uma única rosa.

O texto é uma metáfora, claro. :)

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A dor que dói mais...

" Em alguma outra vida,
devemos ter feito algo de muito grave,
para sentirmos tanta saudade..."




Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, doem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.

Mas o que mais dói é a saudade. Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Doem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã. Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é basicamente não saber. Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio. Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia. Não saber se ela ainda usa aquela saia. Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada, se ele tem assistido as aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua preferindo Malzebier, se ela continua preferindo suco, se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados, se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor, se ele continua cantando tão bem, se ela continua detestando o MC Donald's, se ele continua amando, se ela continua a chorar até nas comédias. Saudade é não saber mesmo! Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer. É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso... É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer. Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...

(Martha Medeiros)

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Tears and Rain...


Muitas vezes criamos grandes expectativas sobre algumas pessoas. E após um tempo de convívio percebemos que estas pessoas são menores do que você imaginou um dia, tão pequenas a ponto de não conseguirem atingir o mínimo de suas expectativas sobre a mesma. Uma consequência clara disso é a decepção. Decepção é uma coisa tão comum em nosso dia a dia que pode ser ignorado. Nos decepcionamos com o mundo, com as pessoas, com tudo, porém ao nos decepcionarmos com as tais pessoas que pensamos ser grandes, o impacto é forte.
Tudo que eu mais queria agora, era poder ser um alguém totalmente desprovido de sentimentos, incapaz de amar e um ser não-pensante. Só assim eu não pensaria mais em você, não te amaria e não me importaria com o que você está sentindo, menos ainda com a sua falta de capacidade de atingir minhas expectativas.

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Neverland...

O texto a seguir, foi escrito por meu amigo Rogerio Galdino, com o qual eu aprendi várias coisas em um curto intervalo de tempo. Considerei suas palavras como uma verdadeira obra prima, então nada mais justo do que compartilhar com os meus caros leitores. Para finalizar, obrigada Rogerio, por tudo.




A Terra Do Nunca


Eu sempre vivi em busca da terra do nunca... Um lugar mágico e sem fim, onde as ideias brotam como lindas flores e os pensamentos são admirados, por mais sonhador que seja o pensante.
Eu sempre vivi em busca da terra do nunca... Mágico e admirado, um lugar perfeito. Sem preconceitos ou distinção. Onde apenas o nascer seria motivo para viver, onde o pensar seria sinônimo de agir. Onde até os mais incautos teriam opinião. As mentiras, desnecessárias em suma existência, seriam apenas más lembranças.
Eu tive que esquecer a terra do nunca... Lugar esse que comecei a esquecer, ele nunca bateu com a realidade. Apenas fruto de um delírio, ideias fúteis e egoístas de um lugar acima da realidade. A terra do nunca se quebrou, como um espelho contra o chão, mas não me trouxe azar, apenas ganhei tristeza. A minha sonhada terra perfeita foi esquecida, culpa da bebida alucinógena que é a vida real.
Eu esqueci a terra do nunca... Finalmente, cresci por obrigação, esqueci o meu sonho, irreal e tolo. Tornei-me um alguém maior. Um triste alguém maior. Pensei que não mais encontraria minha fantasiosa terra imaginaria, mas estava, mais uma vez, enganado. Sim! Eu não sabia que tudo que procurava (toda a terra do nunca) estava escondido em um olhar, um simples e simpático olhar.
Eu finalmente encontrei a terra do nunca! Eu a desenhei em seus olhos, tirando as cores do lindo sorriso que os acompanha. Percebi que era fácil inventar e ainda mais criar. Vi meus pensamentos tomarem formas e tudo ao meu redor fluir. Percebi que o perfeito não é impossível e que o mágico, por mais autêntico que seja, é simples e comum. Eu vi que a simplicidade presente naqueles olhos me servia como manto. Vi a aceitação brotar daquela fonte inesgotável.
Eu encarei a terra do nunca... Senti-a tomar conta de mim. Enxerguei seu mais puro existir, um existir tão simples e perfeito que a filosofia era imprestável para desvendá-lo. A terra do nunca foi me apresentada como uma visão. Uma magnífica e linda visão: SEUS OLHOS.
Porém, novamente fiquei sujeito a um ápice de duvidas. Como viver naqueles olhos? Como decorar aquele sorriso? Então, mais uma vez, me vi sem saída. Afinal, como algo tão perfeito e complexo poderia existir através de algo tão comum? E por que apenas nos seus olhos?
Eu entendi a terra do nunca... Eis que a resposta era muito simples. A minha terra do nunca era apenas uma pintura em mente e, como todo artista, estava apenas esperando a tela certa. Então, eu encontro algo em você para servir de tela, dois belos olhos. Sem definições, apenas perfeitos.
Eu perdi a terra do nunca... Mas a minha resposta era apenas vocês, você e mais ninguém. Porém o “você” é muito perfeito, e se não quiser ficar ao meu lado, eu tenho que entender. Apenas direi para o resto da minha vida: eu te amo.

Rogerio Galdino

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When i look at you... ♪


Algumas coisas se desgastam, começando com um simples exemplo como a sola dos sapatos ou até mesmo aquele velho jeans favorito. O tempo corrói, envelhece e enfraquece não apenas objetos, como também sentimentos. Lembro-me de quando a nossa amizade parecia intacta e eterna, mas hoje nem sei se ainda posso acreditar nisso.
Quer saber o que me deixa aflita? Essa sensação de ser trocada, o modo de como eu sou dependente de você, o quanto você sabe sobre minhas fraquezas e o tamanho absurdo do meu amor por ti.
Eu realmente não tenho a quem culpar além do tempo. E se você realmente acha egoísmo reconhecer um erro mais do que notável em nossa amizade, te proponho que reveja seus conceitos.



Everybody needs inspiration
Everybody needs a soul
A beautiful melody
When the night's so long
Cause there is no guarantee that this life is easy
When my world is falling apart
When there's no light to break up the dark
That's when I look at you
When the waves are flooding the shore and I
Can't find my way home anymore
That's when I look at you
[...]
When I look at you
I see forgiveness
I see the truth
You love me for who I am
Like the stars hold the moon
Right there where they belong and I know
I'm not alone.

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I hate selfishness...


Algumas pessoas simplesmente esquecem que a Terra orbita ao redor do Sol, e não ao redor delas. Acham que tudo tende a si mesmo e que ninguém no mundo tem alguma necessidade maior que a sua.
Sinceramente, eu estou cansada desse egocentrismo idiota, por que você pensa que todos têm de abrir mão pra te servir? Eu sei que favores são promessas não pagas, mas isso não significa que alguém tenha de passar a vida inteira abrindo mão da sua felicidade por um mísero ato passado.
Abra o olho e enxergue algo que não seja o seu reflexo, veja que o mundo tem problemas maiores do que a sua dor na unha.

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That is the question...


Pessoas felizes são burras, tenho dito. Nunca parou para pensar nisso? A felicidade nada mais é do que um misto entre a ignorância, memória fraca e falta de percepção dos próprios problemas. Esta é a minha teoria.
Pessoas felizes se limitam ao que lhe é proposto, em um mundinho superficial, irracional e primitivo e ainda assim se contentam com tudo isso.
O problema é que o senso crítico das pessoas intelectuais acaba atrapalhando essa conformidade com o seu dia-à-dia, além das hipóteses que levantam sobre tudo ao seu redor. Pessoas inteligentes sempre têm algum questionamento que acaba torturando-o direta ou indiretamente. Em relacionamentos amorosos, por exemplo, estas pessoas são exigentes, seletivas, cheias de expectativas e não suportam qualquer idiota falando besteiras, por isso acabam se decepcionando.
Não quero dizer que pessoas com maior capacidade intelectual não podem ter momentos felizes, mas momentos duram apenas um determinado tempo, infelizmente (ou felizmente).
Então eu me questiono: É melhor ser burro ou inteligente? Acredite, isso tem me torturado.

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Metade...


Que a força do medo que eu tenho,
não me impeça de ver o que anseio.

Que a morte de tudo o que acredito
não me tape os ouvidos e a boca.

Porque metade de mim é o que eu grito,
mas a outra metade é silêncio...

Que a música que eu ouço ao longe,
seja linda, ainda que triste...

Que o homem que eu amo
seja para sempre amado
mesmo que distante.

Porque metade de mim é partida,
mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece
e nem repetidas com fervor,
apenas respeitadas,
como a única coisa que resta
a uma mulher inundada de sentimentos.

Porque metade de mim é o que ouço,
mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz
que eu mereço.

E que essa tensão
que me corrói por dentro
seja um dia recompensada.

Porque metade de mim é o que eu penso,
mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesma
se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto,
um doce sorriso,
que me lembro ter dado na infância.

Porque metade de mim
é a lembrança do que fui,
a outra metade eu não sei.

Que não seja preciso
mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito.

E que o teu silêncio
me fale cada vez mais.

Porque metade de mim
é abrigo, mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta,
mesmo que ela não saiba.

E que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade
para fazê-la florescer.

Porque metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada.

Porque metade de mim é amor,
e a outra metade...
Também.

(Texto de Oswaldo Montenegro, adaptado por mim).

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No matter what YOU say. Words can't bring me down... ♪

Eu não quero mais saber de sua opinião, não quero mais saber se você me odeia agora. Eu decidi que a partir de hoje, vou relevar tudo que você já me disse um dia. Suas palavras já não podem me deixar pra baixo, principalmente quando descubro que sempre foram uma farsa.
Se você pensa que você é a única pessoa no mundo a quem sou capaz de amar, está muito enganado. Você já me fez quebrar a cara tantas vezes, mas te agradeço por isso, já que foram as minhas quedas e os meus erros que me fizeram aprender e tomar decisões certas.
Não pense que eu te odeio, eu apenas aprendi que não vale a pena te amar da maneira que já amei. Me sinto um tola, por ter insistido que você é perfeito, quando na verdade você é apenas mais uma pessoa que por algum motivo necessita de atenção.
Eu pensei que eu fosse uma pessoa por quem alguém deveria sentir pena, mas depois de te conhecer, eu percebi que existem pessoas que merecem mais dó que eu. E sabe por qual motivo de eu tenho dó de você? Porque você não sabe amar, e um ser humano sem amor, não tem razões para viver. Sei que você vai ler isso e pensar: “Que se foda, sua idiota, eu te iludi mesmo, e daí?”, a questão é que talvez no futuro você volte a pensar nisso, e caso você se sinta totalmente impotente comtra os seus problemas, me procure, talvez eu possa te ajudar.

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Dear mirror...


A mente humana é composta por diversos fatores, entre eles se destacam as necessidades. Algumas pessoas sentem necessidade de fazer sexo diariamente, outras de fazer compras, outras de comer compulsivamente mas eu quero falar hoje sobre a necessidade mais fútil existente: a de se sentir bonito.
Quem acha que essa busca a perfeição é característica única da mente feminina, está completamente enganado, alguns homens (heterossexuais) também sentem essa necessidade de se sentir bonito. E eu me pergunto porque isso acontece? Eu não fiz nenhuma pesquisa sobre o assunto, mas tenho meu conceito formado. Nós buscamos cada ver mais se sentir bonito, pois a beleza alheia se torna uma espécie de ameaça, em sua sociedade superficial em que vivemos, quase como uma selva, mas em vez do mais forte, o mais bonito vence.
Os padrões de beleza são explícitos a cada passo que você dá, em outdoors, revistas, jornais, folhetos que exibem corpos esbeltos insinuando que aquela é a real beleza. As pessoas que não senguem tais padrões estão sujeitas a preconceito e exclusão da sociedade, já que antes de tudo a sociedade é superficial. Ninguém está ligando se você é inteligente, ou se você tem caráter, o mundo quer beleza, porque beleza assim como sexo vende.
Eu não sou superficial, sou apenas mais uma vítima da exclusão social causada por não estar seguindo tais padrões. E me critique quem quiser, eu apenas estou cansada de fingir que isso não existe e que todos nós somos iguais.


Ps: Lá encima destaquei 'heterossexuais' entre parênteses pois os homossexuais costumam ser tão vaidosos quanto as mulheres.

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'Cause every little thing gonna be all right... ♪


A vida é composta de mudanças, a quais temos a obrigação de nos adaptarmos. Algumas delas vêm exclusivamente para o bem, outras não. As piores mudanças são aquelas que sabemos que nos fará bem, mas não queremos abdicar o velho estilo de vida para se entregar a uma nova forma de pensamento.
Às vezes, passamos por situações em que nos sentimos obrigados a impor uma mudança para nós mesmos. O começo da adaptação é doloroso e sofrido, algumas pessoas demoram menos, outras passam meses para conseguir seguir em frente, outras nem sentem o impacto da mudança.
Decidi que eu quero e vou mudar. Desde o começo, sempre soube que esse seria um ano de mudanças e melhoras. Chega de passar o dia me lamentado por amores perdidos, está na hora de acordar para a vida e aceitar que a únicas pessoas que vão ficar ao meu lado na alegria, na tristeza, na saúde e na doença, sou eu e D'us.

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I guess it's time I run far, far away; find comfort in pain...


Ao acordar pude perceber em instantes que hoje não seria um dos melhores dias. Hoje é um dia para ficar em casa, assistir um bom filme de drama e depois ler qualquer coisa que me entretenha e me faça esquecer por uns minutos de meus problemas, e por escolha própria descartei tal opção.
Eu sei que meus problemas têm um tamanho quase inexistente em relação aos do mundo, mesmo assim eu não consigo parar de me importar, principalmente quando o meu maior problema é o talento nato de me sentir mal. Quanto egoísmo de minha parte, não?
Eu não quero chamar a atenção, nem ficar fazendo chorando pelos cantos para alguém vir tentar me fazer melhor. Quem não me conhece muito bem como os meus melhores amigos, nunca nota quando estou deveras triste. E realmente eu espero que algumas pessoas não tentem melhorar o meu humor, pois só pioram. Não adianta ficar me dizendo para não me sentir mal, o meu complexo de inferioridade nunca vai passar. E se você ficar dando possibilidades de como eu seria linda se fosse de outro jeito, também não vai me fazer ficar bem, o efeito é contrário.
Eu sei que isso não é grande coisa para escrever em um blog, quem se importa se eu me sinto mal hoje? Ninguém. Então até o próximo post (provavelmente depressivo).

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It was all just a dream, Oh no! I wish it was real... ♪


Eu tenho sonhado com você frequentemente, a noite ou até mesmo acordada. E nos últimos dias, me flagro sorrindo abobalhada, pensando nos meus sutis momentos com você. O que resta agora são apenas lembranças, que talvez eu leve comigo para sempre.
Não sei exatamente o que esse sentimento significa, é tão singular, incomum e inédito para mim. Não sei se é uma grande amizade, ou se pode ultrapassar essas barreiras. A única coisa que sei, é que meus pensamentos te perseguem noite e dia, que estou viciada em você e que em meus sonhos você protagoniza.
Realmente nunca vou esquecer de nossas conversas, nem do modo de como nós dois nos sentimos inferiores, nem do seu cabelo desgrenhado e sexy.
E eu não quero você para mim, apenas quero que você possa ser feliz e quero assistir a sua felicidade mesmo que seja de longe, pois sei que o que você quer eu não tenho. Talvez isso seja amor e eu não peço nada em troca.
Eu não sou o tipo de pessoa que você gosta, pois sei que assim como a maioria dos homens, você é superficial e definitivamente eu não estou inclusa nos padrões de beleza. Mesmo assim, não consigo gostar menos de você.
Queria que todos os seus defeitos me fizessem te odiar, mas o que eu realmente odeio é o fato de te amar incondicionalmente, ou seja, em todas as condições, mesmo com todos os defeitos e efeitos.
Eu só preciso que saiba, que por mais que você se considere a pior pessoa do mundo, alguém te ama exatamente do jeito que você é.

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